O tratamento precoce se mostra eficaz e atinge a quase totalidade dos casos
Quando se fala em doenças que atingem os bichanos, aquelas com as quais os tutores normalmente mais se preocupam são imunodeficiência felina (FIV) e leucemia viral felina (FELV). Porém, no dia a dia do consultório veterinário, é também necessário o conhecimento de como tratar a esporotricose em gatos, um problema bastante comum.
Para começar, a doença é causada pelo fungo Sporothrix schenckii, encontrado no solo, em farpas, palha, vegetais, madeiras e outros locais. Ou seja, não aparece apenas em gatos, como outros animais. Quando acomete os felinos, entretanto, demanda cuidados rápidos porque, apesar de ter cura, ela é grave.
A esporotricose é também conhecida como doença da unha do gato ou doença do espinho da roseira e exige muito cuidado devido à transmissão para humanos.
Então, aprenda como diagnosticar e tratá-la em seu consultório e oriente os cuidadores dos animais de forma adequada.
A esporotricose, do ponto de vista clínico, é um tipo de micose cutânea, ou seja, uma infecção na pele causada pelo fungo Sporothrix schenckii. Este micro-organismo é bastante comum em regiões mais quentes, especialmente de clima tropical e subtropical.
Ainda que também acometa outros animais, a esporotricose é mais comum nos gatos, principalmente em machos ferais ou que têm acesso à rua. A disseminação se dá pelo hábito que a espécie tem de arranhar árvores e cavar a terra. A partir daí, se infectam e transmitem para outros felinos e humanos.
A transmissão se dá quando há o contato da pele do gato com plantas ou a superfície contaminada, assim como a inalação de conídios. Infelizmente, a esporotricose é uma doença transmitida entre animais da mesma espécie como para os humanos.
O modo de transmissão se dá por diferentes formas, entre elas:
É importante ressaltar que o fato de o gato ser um transmissor de esporotricose não o coloca como um vetor de doenças. Portanto, o papel do profissional da veterinária é eliminar qualquer informação que coloque em risco a vida do animal ou incentive maus tratos.
A doença se manifesta, clinicamente, de três formas: cutânea, linfocutânea ou disseminada. Em raros casos, há a manifestação ocular. Vejamos, brevemente, as principais características de cada uma.
É comum que o felino também tenha espirros e falta de ar, além de emagrecimento. Já nos humanos, ela aparece como lesão na pele, mas se não tratada, evolui para tosse, falta de ar, dor ao respirar e movimentar.
Você pode conhecer melhor as informações para fazer o correto diagnóstico e como tratar a esporotricose em gatos por meio de uma pós-graduação em dermatologia veterinária. Veja mais detalhes!
O diagnóstico da doença é baseado no histórico do animal, epidemiologia (inclusive local), manifestações clínicas e exames laboratoriais. Os estudos complementares mais adotados no consultório são a citopatologia, anatomopatologia e cultura. Também pode ser necessário recursos de imagem.
Na consulta, é importante que o profissional converse com o tutor sobre o histórico do animal: se tem acesso à rua, contato com outros gatos, histórico de brigas, brinca com terra e plantas ou costuma ver outros felinos. Mais ainda, se o próprio cuidador tem acesso ou contato com outros bichos.
O tratamento é longo e depende da administração de medicamentos antifúngicos orais e antibióticos. Conforme o estado da doença, pode perdurar de dois meses a um ano. O prognóstico depende da extensão das lesões, adesão ao procedimento e estado geral do felino.
Porém, casos mais graves podem exigir administração de medicamento intravenoso como primeira opção de tratamento. Mais uma vez, a decisão dependerá da avaliação inicial.
A média de tratamento da esporotricose em gatos é de seis meses a um ano, além da sequência dos medicamentos após a remissão dos sinais clínicos, evitando que os fungos voltem a se manifestar.
Ademais, o profissional também pode prescrever um tipo de pomada para auxiliar no processo de cicatrização. É importante transmitir ao tutor que o tratamento é longo, porém eficaz, logo, é preciso ter amor e paciência. Informe que a taxa de sucesso supera 90% dos casos, quando os cuidados são seguidos à risca.
E, como profissional médico, lembre-se de usar equipamentos de proteção individual, com calças e blusas de mangas compridas, luvas e máscaras. Estamos falando aqui de uma zoonose, ou seja, doença com grande potencial de transmissão para humanos.
Sempre que fizer o diagnóstico e ensinar os tratores como tratar esporotricose em gatos, explique que a saúde do animal poderá ser restabelecida e que o que ele mais precisará é de cuidados, carinho e muito amor.
Para lidar diariamente com os animais, os tutores vão precisar de:
É seu papel informar que você sabe como tratar a esporotricose em gatos e que a taxa de sucesso é grande quando existe colaboração dos tutores. Com paciência, logo o animal estará saudável!
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